quarta-feira, 15 de abril de 2015

Pass- os sóis, a nox e o cá.




Por motivos do ermo sempre fui um menino, por assim dizer anacoreto...
eu além de todas as coisas que um menino peralta faz também fazia solidão
mas eis que um dia encontro-me com suas íris cravejadas de esmeralda... eis que tenho a volúpia de viver...
Então vivamos em abundância minha doce dríade de ervas finas e mel, e fel.
Craveja-te em mim e vislumbre os sóis passarem e com eles o ermitão.
Pois que assim a brasa queime como dívida aos sóis... até que a noite nós cubra com um manto de infinito silêncio...
Mas, neste momento, dê-me beijos aos milhares, milhões, trilhões, mas também aos centos, dezenas e unidades... e nunca pare, não pare nunca... nem pestaneje, nem almeje,
apenas beije...
que quando vá, volte de pressa... e que a pressa não demore, e que o demore permaneça...
e que miscremo-nos os beijos, os braços, os beijos, os veios...
Sou seu menino-pássaro e tu és minha dríade-mulher...
eu era menino ermo, pois em você sou pássaro, sois, rios e arvores... e luzes, e nuvens e vozes de bom grado, e a polifonia do amor, e a cultura do sabor.
O menino ermo ficou pra lá, o pássaro pousou de cá...

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