sábado, 7 de novembro de 2009

O eu e o Ventilador


eu, eu, eu, eu, eu, eu...
é comigo. o que você quer?
... eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu...
me fala! você é de onde?
... eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu...
você esta ai por quê ?
... eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu...
nossa! que giro rápido!
... eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu...
dizem que é o seu trabalho.
... eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu...
dizem que você não cansa nunca.
... eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu...
me diz!
... eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu...
anda! me fala!
... eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu...
o gato comeu sua língua?
... eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu...
o rato roeu sua roupa?
... eu, eu, eu, eu, eu, eu...
como?
... eu, eu, eu, eu, eu...
você não fala mesmo.
... eu, eu, eu, eu...
nunca falou?
... eu, eu, eu...
porquê?
... eu, eu...
tá bom.
... eu...
tá bom!
... e...
ta bom! ta bom!
bom, bom, bom, bom, bom, bom, bom, bom, bom, bom...

Vida Vermelha




A parede vermelha,
o armário vermelho,
a pasta vermelha,
o calçado vermelho,
a boca vermelha,
os olhos vermelhos,
a dor tão vermelha,
e o grito vermelho,
a tristeza vermelha,
o soluço vermelho,
a risada vermelha,
o silêncio vermelho,
a unha vermelha,
o toque vermelho,
as coisas vermelhas,
e o gelo vermelho,
a sandália vermelha,
os rasgos vermelhos,
a garrafa vermelha,
os dedos vermelhos,
a hora vermelha,
o ponto vermelho,
o ódio vermelho,
e a mente vermelha.

Declaração sem brilho


Meu
canto
teu
conto
seu
Sonho
Meu
Sonho

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Borboletas de um amanhã




Extasiado desperto-me para loucura,

neste período vespertino consigo ver a "rachura",
vejo quão patético se faz o olhar,
pois na verdade se vê o que não se pode tocar.
Chega! de tantas falsas compreensões,
já cansei de interpretar somente representações!
Mas logo tudo apaga-se com o encerrar do dia,
ou mesmo, até com a chegada da Narcolepsia,
assim os olhos fecham-se mostrando a realidade,
sobre a sintese e paradigmas de toda esta igualdade.

sábado, 17 de outubro de 2009

Qaul folr iondora?


Qaul folr iondora?
De que vale a vida?
Sem ilusões das frutíferas cantigas,
Sem aquela rosa inodora, a não ser pelo perfume que se coloca.
De que vale a vida?
Caso não exista choro, lamentações e alegria,
Se não fosse real a dor, pudor e nuvens frias,
Se o ser efêmero não criasse coisas passageiras
E se o passageiro não deixasse a nostalgia,
Se não existisse a hipoalgia e hiperalgia
Sem essa dinâmica que contempla o ser da vida.
Então me diga de que valeria a vida?