quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Nunca disse eu te amo (1/??)


C. C. proferiu essas palavras no afeto de uma noite voluptuosa me deixando estarrecido. Foi apenas um sussurro quase inaudível, mas me pareceu ter a potencia de uma bomba atômica.

Eu perguntei, pretensiosamente desapercebido, o famoso e prático "o quê?" e ela respondeu sob um grandioso véu  de pudor a famosa frase que toda mulher diz quando impõe à você a obrigação de ter poderes telepáticos como Charles Xavier.

Ela disse: Nada. Porém na fala o ponto final se demonstrou uma alegoria para as reticências inconclusas.

Mau sabia que a possibilidade, mais concreta, de que o seu "Nada" fosse nada... era tão bondosa comigo um menino de apenas 17 anos. Intelectualmente bem provido e pretensioso com suas "abundantes", embora restritas, relações mais profundas. Que alívio não precisar lhe dar com isso tão jovem.

Eu poderia ter sido mais tranquilo, e muito provavelmente me mostraria assim (mesmo com toda aquela explosão terrorífica dentro de mim), mas não fui chamado na xinxa e então andei cauteloso como a pantera cor-de-rosa. Foi  um alívio, embora eu quisesse retribuir (e de certa forma ainda quero) com tanta vontade e um querer ansiogênico quase persecutório. Isso não seria genuíno... e sim mais um projeção de um menino louco para amar e quase que aceitando tudo para viver uma vontade tola (aqui quem fala é não é mais esse jovem entusiasmado).

E antes que qualquer mulher, linda ou feia, me acuse de grosseirão e insensível... saiba que seria injusta e indigna essa condenação... eu não sou e nem fui um tosco! Mesmo amedrontado com os dizeres da menina-mulher eu fui doce, afetuoso, carinhoso, divertido e atrevido... tudo o que ela precisava ou estava procurando.. naquela madrugada, mas sem dizer as palavras de volta... dizer essas palavras é mais caro... ninguém pode pagar por isso... "Volte amanhã"... (continua a série "nunca disse eu te amo").

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