segunda-feira, 31 de março de 2014
Soneto de Devoção
Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez… — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!
Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez… — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinicius de Morais
sexta-feira, 28 de março de 2014
Blue Dream
Sonho...
Sonho de te ver vivendo... de te ver morrendo...
olhares oníricos para comer um sonho e cair no asfalto sem perder o equilíbrio... Roer o fruto, sonho te dois filhos...
ser um casal... sonho de viver juntinho, sonho de desaparecer....
sonho de se encantar pelo que se faz... sonho de ter sua vez...sonho de deixar por fazer...
de abrir oboés e ouvir o cântico do se conhecer...
sonho de um encontro fantástico... de se arrepiar e de lacrimejar com o teu brilho.
Sonho de não se amargurar pelo que "deixei"... sonho de perder a vez...
Sonho de não se quebrar... de escalar um baobá...sonho de viver em paz...
Sonho de amor profundo... sonho de amor imundo...
sonho com as pequenices, sonho com maci'ésis...
Sonho de comer trufa florida...
Sonho de um balão de violetas sem marcar de fantasmas... sonho de um barco vão com rachaduras de absences...
Sonho de um sorriso epifânico... sonho que de enraizar suas asas e poder voar com seu pedaço de terra...
quinta-feira, 27 de março de 2014
Vou contar uma parte da minha história um dia recebi um sorriso que virou um contentamento discrepante...
Uma menina que me olhava de longe... chegou mais perto para além de olhar sentir meu cheiro...
Uma moça que não olhava pra rapazes sentiu contrações pelo modo de um, pelas explicações e vivacidade desse.
Uma moça madura perdeu a cintura da dança de roda do menino moreno...
Uma moça de sol ganhou os olhares desse menino calorento, menino apaixonento.
Uma moça toda triste... as vezes pode dar um sorriso sincero... e isso é mágico
um amigo que te escuta e não precisa usar suas mãos para te tocar profundamente pode ser... o que puder ser
Um
Uma menina que me olhava de longe... chegou mais perto para além de olhar sentir meu cheiro...
Uma moça que não olhava pra rapazes sentiu contrações pelo modo de um, pelas explicações e vivacidade desse.
Uma moça madura perdeu a cintura da dança de roda do menino moreno...
Uma moça de sol ganhou os olhares desse menino calorento, menino apaixonento.
Uma moça toda triste... as vezes pode dar um sorriso sincero... e isso é mágico
um amigo que te escuta e não precisa usar suas mãos para te tocar profundamente pode ser... o que puder ser
Um
quarta-feira, 26 de março de 2014
eu escrevo aqui com meu coração em frangalhos... meus soluços são as únicas coisas que me afagam...
meu coração sagra tanto que nem ao menos sei se estou vivo ou se acabei de morrer.
Meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
A exaustam toma a ponta dos meus dedos e das minhas pálpebras não consigo mais escrever ou chorar....
meu coração sagra tanto que nem ao menos sei se estou vivo ou se acabei de morrer.
Meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
meus soluços são a unica coisa que me afagam nesse desamor todo
A exaustam toma a ponta dos meus dedos e das minhas pálpebras não consigo mais escrever ou chorar....
terça-feira, 25 de março de 2014
sexta-feira, 21 de março de 2014
Barcos de outono, Diante das ondas da existência
Diante de tudo aquilo que representa o não-eu. percebe minha falta, minha magoa, minha dor que me faz sumir da possibilidade de existir...
Ninguém por favor deve se sentir agredido por isso, nem culpado... eu não o faço...
só fico sem saber o que fazer com tamanha imensidão de sofrer... e solidão...
mas ai me ocorre algo que de luz...
e formas tantas quantas as folhas de todas as arvores... e continuo a remar o barco para mante-lo próximo a margem.... mantendo meu convite...
E chego a sentir amor queimando meus músculos... enchendo meus olhos de você... e da sua falta... e do seu querer...
Com nosso barco voador podemos navegar sob o céu e a terra. Você como Dríade-Deusa que é e eu passarinho que sou...
Quem diria que a mulher-planta seria a paixão do João-de-Barro...
quem diria que ele poderia lhe oferecer um barco de vida, amor e beleza.
Ninguém por favor deve se sentir agredido por isso, nem culpado... eu não o faço...
só fico sem saber o que fazer com tamanha imensidão de sofrer... e solidão...
mas ai me ocorre algo que de luz...
e formas tantas quantas as folhas de todas as arvores... e continuo a remar o barco para mante-lo próximo a margem.... mantendo meu convite...
E chego a sentir amor queimando meus músculos... enchendo meus olhos de você... e da sua falta... e do seu querer...
Com nosso barco voador podemos navegar sob o céu e a terra. Você como Dríade-Deusa que é e eu passarinho que sou...
Quem diria que a mulher-planta seria a paixão do João-de-Barro...
quem diria que ele poderia lhe oferecer um barco de vida, amor e beleza.
De outono
Beije-me intensamente para não me deixar desistir...
que meus pés, permaneçam forte e não falhem...
por serem carregantes de tristezas e choros...
não me fraquejem como condenados ou como alguém tão feliz que pode morrer...
que minha pegadas sejam cada uma diferente da outra... umas cautelosas como de pelicanos, outras firme como de tigre, de cegonha, de dragão do crepúsculo do outono, de formigas e de passarinhos a'nalmados...
que minhas asas sejam de todas as coisas possíveis... uma de cada fez e de todas ao mesmo tempo... asas clássicas com penas brancas, cinzas, e negras... asas de fogo ardente do astro rei, asas de águas e espumas da chuva e do mar, asas de raio e trovões... asas de pétalas de uma flor bonita, asas de folhas verdes de primavera e vermelhas de outono, asa de luz brilhante, asas de barro e pedra e de sanidade e loucura...
que minha mão possa te dar um vestido vermelho - metafórico - que você deseja vestir hoje a noite...
para não me fazer uma sexta-feira ou domingo de solidão... pois me divirto com seu contentamento...
e mesmo sem jeito me alegro com seu caminhar piano...
que possa reverberar-me mais no todo do que na bravesa, que o afago de uma dríade possa me acalentar e de transcender o nascimento para morte... e assim também ter meus pés lavados e poder pisar no sagrado que é o outro desconhecido... o trans-mito, o transcoisa, o transmesmo, o transgrito... o transoutro.
Beije-me forte para que eu não descole do existir...
que meus pés diariamente se transformem e que eu possa usa-los abundantemente, cheios de petá-las e fogo e gelo e de farfalhar das folhas coloridas e cinzas, ..., como os pássaros o ar. (talvez me movendo como Jagger ou como Astaire)
Beije-me intensamente para não me deixar desistir...
que meus pés, permaneçam forte e não falhem...
por serem carregantes de tristezas e choros...
não me fraquejem como condenados ou como alguém tão feliz que pode morrer...
que minha pegadas sejam cada uma diferente da outra... umas cautelosas como de pelicanos, outras firme como de tigre, de cegonha, de dragão do crepúsculo do outono, de formigas e de passarinhos a'nalmados...
que minhas asas sejam de todas as coisas possíveis... uma de cada fez e de todas ao mesmo tempo... asas clássicas com penas brancas, cinzas, e negras... asas de fogo ardente do astro rei, asas de águas e espumas da chuva e do mar, asas de raio e trovões... asas de pétalas de uma flor bonita, asas de folhas verdes de primavera e vermelhas de outono, asa de luz brilhante, asas de barro e pedra e de sanidade e loucura...
que minha mão possa te dar um vestido vermelho - metafórico - que você deseja vestir hoje a noite...
para não me fazer uma sexta-feira ou domingo de solidão... pois me divirto com seu contentamento...
e mesmo sem jeito me alegro com seu caminhar piano...
que possa reverberar-me mais no todo do que na bravesa, que o afago de uma dríade possa me acalentar e de transcender o nascimento para morte... e assim também ter meus pés lavados e poder pisar no sagrado que é o outro desconhecido... o trans-mito, o transcoisa, o transmesmo, o transgrito... o transoutro.
Beije-me forte para que eu não descole do existir...
que meus pés diariamente se transformem e que eu possa usa-los abundantemente, cheios de petá-las e fogo e gelo e de farfalhar das folhas coloridas e cinzas, ..., como os pássaros o ar. (talvez me movendo como Jagger ou como Astaire)
segunda-feira, 17 de março de 2014
terça-feira, 11 de março de 2014
segunda-feira, 10 de março de 2014
Cântico negro (José Régio)
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
An'mor-ando...
Queria tanto poder dizer que és minha namorada... e ver no seu rosto um sorriso verdadeiro...
e com isso não ficares sentida nem magoada pela história que finda...
Que eu pudesse saber que caminhamos juntos e mostrar todas as minha flores escondidas...
mas enquanto brinca de pedras no rio e de vez em quando com alguns balões que lhe ofereço...
Me calo e vejo que és bonita e surpreendida pela espera que me as vezes me desafina...
Queria que fosses minha mulher para o teu pé poder banhar.... (e nas nuvens poder pisar) queria que seu olhar viajasse para o futuro, pois é só lá que irá estar...
Gostaria que o cotidiano fosse tão lindo como nos dias de nós dois... que permanecessem difíceis, mas que voássemos em balões indivisíveis até as nuvens de algodão e a lu-a-z de esmeralda e castanhas dos nossos olhos.
Onde as pétalas de passarinhos não caiam.... e se transformem em ar para baleias flutuantes, para macaco-fones andarilhos, para flamingos azulados, para bailarinas de rios doces, para andorinhões contentes...
e para os filhotes de sol...
Um bom sorriso de sol nascente e lua crescente para Violeta.
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